TCC2 - Sâmela Helena Silva
O projeto desenvolvido no TCC2
possui como base a pesquisa realizada durante o TCC 1 – intitulada por “Conhecer para preservar: a contribuição da
educação patrimonial na construção da identidade". Neste estudo, o
ponto de partida foi o pressuposto de que para manter vivas as manifestações
culturais; a identidade de um povo; seus bens materiais ou imateriais, a
Educação Patrimonial é tida como uma metodologia para promover o conhecimento e
descoberta destes patrimônios.
Porém, acredita-se que no
Brasil grandes são os desafios em promover meios para assegurar e preservar os
patrimônios. E a falta de tais ações patrimoniais podem resultar consequentemente
no desconhecimento por parte da população sobre os patrimônios locais e sua
própria identidade.
Por base desta realidade, o
objetivo do TCC1 foi o de identificar qual a percepção que o cidadão tem sobre
o patrimônio e história do local onde vive. Para isso, no início da pesquisa,
foi determinado uma área para realizar o estudo, decidindo-se pelo bairro Bom
Jardim, em Ipatinga, Minas Gerais.
A pesquisa foi um levantamento
descritivo qualitativo sobre a percepção
dos moradores do bairro Bom Jardim sobre o patrimônio local. Foi realizado
também uma revisão bibliográfica dos principais conceitos referentes ao
patrimônio.
Com o levantamento
verificou-se que parte da população desconhece o conceito de Patrimônio
Histórico e outros acreditam que a cidade não possua os mesmos.
Todos os números da pesquisa
seguem na próxima prancha.
Com as informações recolhidas
na pesquisa em campo e de sua análise, ficou evidente a deficiências e a necessidade
da educação patrimonial na construção da mentalidade e valorização da própria história
e identidade.
Por base nisto, ao longo do desenvolvimento do TCC2
acreditou-se que a arquitetura poderia ser uma das ferramentas usadas em favor
da educação patrimonial.
Através dos questionários foi possível
perceber algumas características do bairro e de seus moradores. Um dos pontos
observados foi a importância da Praça Valdomiro Serafim da Costa na vida da
população. Ela é um ponto de encontro, um símbolo, um patrimônio. Mas atualmente
enfrenta grandes problemas como a violência e vandalismo.
Acredita-se que tais problemas
são consequências da falta de identificação e pertencimento ao patrimônio. E
todos estes fatores desencadeia no desestímulo de alguns moradores em usar e
apropriar da praça.
O objetivo da proposta do TCC2
é de potencializar a sentimento de pertencer e valorizar o patrimônio, usando da
arquitetura como um meio para tal transformação.
Por isso a proposta consiste
em um projeto de revitalização da
praça do Bom Jardim, através de uma metodologia que promova a participação da população no processo de elaboração do
projeto.
A ideia é provocar, através da
participação dos moradores, uma maior aproximação destes indivíduos com os patrimônios
da comunidade de onde vive.
Como foi dito, o projeto
contaria com a participação da população. Por isso houve a busca em promover o
diálogo com a comunidade por meio de encontros.
Estes encontros foram a oportunidade
de ouvi as pessoas que vivenciam diariamente aquele território. Também são
estas pessoas os maiores alvos e que se espera uma mudança de atitude e de pensamento.
Os encontros foram produtivos
e contribuíram para a coleta de relevantes informações.
O MAPEAMENTO
O mapeamento tem início com a análise
da principal via do bairro: a Avenida das Flores, a espinha dorsal do Bom
Jardim. Esta avenida pode ser considerada o centro comercial do bairro, pois
possui grande variedade de comércios e serviços. No mapa do slide seguinte
pode-se observar tais características com mais detalhes.
No entorno imediato da praça encontra-se
diversas atividade, serviços e usuários. O grande fluxo de pessoas contribui
para a praça ser um local de encontros e atividades.
E por base de todo o mapeamento e
diálogo desenvolvido até aqui, surge o seguinte conceito:
A praça é um lugar de LIGAÇÕES, ENCONTROS,
INTERAÇÃO e IDENTIDADE. Ela é um local em que as pessoas se conectam uma com as
outras.
O conceito é embasado no princípio de que:
O homem é um ser social, que interage com
uma gama de redes sociais, como a escola, trabalho, igreja, vizinhança, etc....
E todos estes grupos/redes fazem parte da construção da identidade do homem.
E a identidade, junto com a autoestima e o
sentimento de pertencimento (o que é discutido durante todo o trabalho) estão
relacionados com os pontos de referência que as pessoas tem da sua própria
cidade.
O que permite concluir que a cidade, ou
melhor, os espaços urbanos são pontos de referência que juntamente com as redes
sociais permitem que as pessoas se encontrem, interagem, compartilhem e vivenciem
a cidade.
A praça do Bom Jardim é esta referência.
Por isto, a ideia é fazer com o que praça
volte a ser esta forte referência que foi se perdendo em virtude dos atuais
problemas enfrentados, que desencadeia na violência e no mau uso do espaço.
A estratégia é conduzir as pessoas
novamente para a praça, potencializando os diversos usos possíveis para o
local.